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QUARTA-FEIRA, 14 DE MAIO DE 2025
14 de MAIO de 2025

Brasil abre 5 novos mercados agropecuários na China, o que deve beneficiar MS.

Trabalhadores em indústria de abate de aves (Foto: Foto: Ari Dias/AEN).

Ontem (13), durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, o Brasil alcançou um marco histórico nas relações comerciais com o país asiático ao conquistar a abertura simultânea de cinco novos mercados para produtos agropecuários brasileiros. O anúncio foi feito durante cerimônia de assinatura de atos no Grande Palácio do Povo, em Pequim, com a presença do presidente chinês Xi Jinping e de representantes dos dois governos.

Os novos acessos foram formalizados por meio de acordos bilaterais entre o MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) e a GACC (Administração-Geral de Aduanas da China). Foram autorizadas as exportações brasileiras de carne de pato, carne de peru, miúdos de frango (coração, fígado e moela), grãos derivados da indústria do etanol de milho (DDG e DDGS) e farelo de amendoim.

Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, essa foi a maior liberação de produtos brasileiros para o mercado chinês em um único ato. “O Brasil alcança uma conquista histórica, fruto de uma relação sólida com a China e da confiança construída com base em qualidade sanitária e capacidade produtiva”, afirmou.

Além das aberturas comerciais, os dois países assinaram um Memorando de Entendimento na área de medidas sanitárias e fitossanitárias, que pretende intensificar a comunicação técnica e fortalecer a cooperação em temas relacionados à segurança dos alimentos e à proteção da saúde humana, animal e vegetal. O objetivo é garantir maior previsibilidade e agilidade nos trâmites comerciais entre os dois países.

A estimativa é que os novos mercados agreguem até US$ 20 bilhões em potencial de exportações ao agronegócio brasileiro. Apenas em 2024, segundo dados da aduana chinesa, a China importou:

US$ 155 milhões em miúdos de frango;

US$ 50 milhões em carne de peru;

US$ 1,4 milhão em carne de pato;

Mais de US$ 66 milhões em DDG e DDGS (coprodutos da produção de etanol de milho usados na alimentação animal);

US$ 18 milhões em farelo de amendoim.

Esses produtos se somam aos pescados, cujas exportações para a China foram autorizadas no fim de abril, ampliando a presença brasileira no maior mercado consumidor de alimentos do mundo.

Com os novos acessos, o Brasil alcança 62 aberturas de mercado em 2025, totalizando 362 oportunidades comerciais desde o início de 2023. A China permanece como o principal destino das exportações agropecuárias brasileiras, respondendo por cerca de um terço dos embarques do setor.

A ampliação dos mercados na China tem impacto direto para estados como Mato Grosso do Sul, cuja economia é fortemente baseada no agronegócio. A China é, com folga, o principal parceiro comercial do estado, sendo destino de aproximadamente 45% a 50% do valor total das exportações sul-mato-grossenses. Produtos como milho, carne de frango, soja, celulose e derivados da agroindústria lideram a pauta de exportações.

Com a inclusão de novos produtos, como os coprodutos do etanol de milho (DDG e DDGS) e os miúdos de frango, o estado tende a ampliar sua competitividade e diversificação de vendas externas. Mato Grosso do Sul tem investido fortemente na industrialização do milho e na verticalização da produção avícola, setores diretamente beneficiados pelos novos acordos.

Entre os produtos contemplados no novo acordo, o farelo de amendoim também ganha destaque em Mato Grosso do Sul, segundo maior produtor de amendoim do Brasil. O Estado vive um momento de expansão e industrialização da cultura, com a construção da primeira unidade de processamento do grão em seu território. A fábrica de um cooperativa está sendo instalada em Bataguassu, com investimento de R$ 117,5 milhões, e terá capacidade para beneficiamento, armazenamento e distribuição de produtos como grão, sementes, óleo bruto e farelo.

A iniciativa deve agregar valor à produção local, fortalecer a agroindustrialização e ampliar as exportações, aproveitando o novo acesso ao mercado chinês. Atualmente, MS cultiva cerca de 42 mil hectares de amendoim e aposta no grão como alternativa agrícola sustentável, com benefícios ambientais e econômicos.

O setor privado celebrou os avanços. Para o presidente executivo da Unem (União Nacional do Etanol de Milho), Guilherme Nolasco, a liberação dos DDG e DDGS para a China representa uma vitória estratégica. “Essa é uma abertura em tempo recorde. Quando o setor privado e o governo trabalham juntos, os resultados vêm de forma célere. Esse produto é fundamental para a segurança alimentar global e para a sustentabilidade da produção de etanol”, destacou.

Na avaliação de Ricardo Santin, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a abertura para as três proteínas de carne de aves pode gerar mais de R$ 1 bilhão em receitas cambiais. “Isso demonstra o reconhecimento da qualidade e da segurança sanitária da produção brasileira”, afirmou.

Além dos acordos agrícolas, Brasil e China firmaram 20 atos bilaterais em diversas áreas. No setor agropecuário, o destaque vai para o memorando entre o MAPA e o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China sobre cooperação em inteligência artificial aplicada à agricultura. O documento, que será coordenado pelo MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), visa desenvolver soluções tecnológicas voltadas à produção sustentável, monitoramento de safras e eficiência no uso de recursos naturais.

Outro acordo importante envolve a mecanização da agricultura familiar. As duas nações se comprometeram a cooperar em pesquisas para o desenvolvimento de máquinas de pequeno e médio porte, mais acessíveis e adaptadas à realidade de agricultores de menor escala no Brasil. A iniciativa tem como foco a melhoria da produtividade e da autonomia tecnológica no campo.

Na área energética, foi assinado um memorando entre o MME (Ministério de Minas e Energia) do Brasil e a Administração Nacional de Energia da China para cooperação em etanol e mobilidade sustentável. O acordo prevê colaboração em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias ligadas ao etanol de primeira e segunda geração, além da promoção do uso de etanol de baixo carbono como alternativa viável no setor de transportes. O MME classificou a medida como um passo estratégico para a abertura do mercado chinês ao etanol brasileiro.



Fonte: Campo Grande News



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