A 5ª Vara Federal de Campo Grande recebeu denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra cinco pessoas investigadas no âmbito da Operação Urano, deflagrada pela Polícia Federal, em novembro de 2021, com o objetivo de combater organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. São elas: Ariel Nogueira Rodrigues e a esposa, Aline Silva Machado; Nilson Gomes da Vieira e a esposa, Cristina Meireles; e Geovani dos Santos Moreno. No mesmo despacho, a Justiça acolheu pedido do MPF e levantou o sigilo absoluto dos autos, mantendo-o apenas em relação a documentos que contenham informações protegidas.
Ariel Nogueira, denunciado pelos crimes de tráfico internacional, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, é considerado o chefe da organização criminosa e mantinha uma série de bens móveis e imóveis, adquiridos com dinheiro proveniente das atividades ilícitas, sempre em nome de terceiros ou de antigos proprietários a fim de evitar o rastreamento. Aline, denunciada por lavagem de dinheiro, era a responsável pela administração do patrimônio ilícito de Ariel, figurando como compradora e/ou procuradora dos ex-proprietários dos bens para “administrar e livremente dispor”.
Nilson, por sua vez, era motorista e suporte operacional da organização e foi denunciado pelos crimes de tráfico internacional e associação para o tráfico. Junto com a esposa, denunciada pelos mesmos crimes, promovia o transporte de cargas, lícitas e ilícitas, a pedido de Ariel. Já Geovani, denunciado por associação para o tráfico internacional e lavagem de dinheiro, é proprietário de uma oficina mecânica que realizava reparo nos veículos da organização, além de ceder o nome para registro de caminhão de propriedade de Ariel.
Investigações - As investigações começaram em janeiro de 2020 e levaram à prisão em flagrante, em julho do mesmo ano, em Naviraí, de um motorista que transportava 221 kg de maconha sob o fundo falso de um caminhão. O veículo era registrado em nome da empresa de Geovani Moreno mas pertencia, efetivamente, a Ariel Nogueira, que também era o dono do carregamento de maconha.
As investigações foram prioritariamente baseadas em informações adquiridas após quebra de sigilo telefônico das pessoas envolvidas, além de medida de busca e apreensão. Ariel, que está envolvido com atividades ligadas ao tráfico de drogas ao menos desde 2003, possuía mandado de prisão em aberto e foi preso quando da deflagração da operação Urano, em novembro passado, encontrando-se detido até hoje.