O registro fotográfico que mostra uma onça-pintada caçando uma capivara em Miranda, causou repercussão na internet. No Twitter, a postagem rendeu comentários onde as pessoas promoveram um cancelamento do felino por matar e comer o mamífero roedor. Na ocasião, internautas sugeriram que o fotógrafo deveria ter impedido a situação e outros afirmaram que a cena era uma romantização da natureza.
Ontem (11), o Campo Grande News fez uma matéria para falar sobre o registro inédito realizado pelo estudante e fotógrafo João Pedro Salgado, de 22 anos. A cena da onça-pintada predando o animal no Pantanal sul-mato-grossense, segundo o jovem, durou cerca de 10 segundos.
Apesar de ter sido rápido, o momento de caça da onça-pintada durou tempo o suficiente para internautas cancelarem a atitude do felino. “A onça realmente precisa matar um animal menor? Eles poderiam usar essa força para ajudar esses animais a sobreviverem, mas preferem fazer parte do problema”, comentou um usuário do Twitter.
Na internet, usuários opinaram sobre a atitude da onça-pintada. (Foto: Reprodução/ Twitter)
Enquanto uns viram problema nas fotos, outros ironizaram os comentários daqueles que criticaram o comportamento da onça-pintada. “Podiam trocar a carne de capivara por carne de soja por exemplo”, respondeu uma internauta. Já outros fizeram memes sobre a possibilidade da onça se tornar vegana ou até mesmo vegetariana.
O Lado B conversou com o biólogo e especialista em manejo e conservação de fauna silvestre Gustavo Figueirôa, de 29 anos, que explica a importância da onça-pintada exercer a caça. “O que ela fez é um controle populacional, faz parte do papel ecológico dela e do balanço ecológico. É o comportamento da natureza um animal predador o outro, é a biodiversidade interagindo do jeito que tem que acontecer”, afirma.
O especialista declarou ficar preocupado com a repercussão negativa das imagens, pois a cena é completamente aceitável. “Onças são carnívoras, comem jacarés, tatus, antas, veados e cervos. Alguém registrou a natureza acontecendo e não faz sentido as pessoas acharem que é errado”, ressalta.