Denúncias anônimas levaram na manhã de ontem (29), o policiais Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) até a distribuidora de gás da Rua Ari Matoso, no Jardim das Nações, em Campo Grande.
No local, em uma primeira busca, a equipe percebeu alterações em um dos botijões. Aparentemente, ele estava intacto, mas em uma análise mais detalhada foi encontrado um fundo falso na estrutura de metal.
O fundo estava remendado e coberto por uma massa, em uma tentativa de disfarçar a alteração. Pelo peso, também diferente de um recipiente vazio para um cheio de gás, ficou constatada a suspeita de que a droga era guardada dentro do botijão.
Diante da situação, os 509 botijões que estavam no local foram recolhidos e levados para a delegacia. O Corpo de Bombeiros foi chamado e juntas as equipes iniciaram um trabalho de verificação de cada recipiente.
Os botijões foram divididos em três categorias: os vazios, os cheios de gás e os que apresentavam sinais de alteração, que somaram 28. Esses últimos, todos da mesma cor e retirados do meio da carga, foram levados para dentro da unidade policial, onde começaram a ser cortados por militares do Corpo de Bombeiros com desencarcerador, o mesmo usado no resgate a vítima de acidente de trânsito.
O primeiro botijão foi aberto com auxílio de uma ferramenta feita por um serralheiro, onde foram encontrados 15 tabletes de cocaína pura, embalada em bexiga na cor preta e com pó de café para tentar disfarçar o odor. "Cada tablete pesa cerca de um quilo e cada quilo, em Campo Grande, é revendido a R$ 25 mil", revelou o delegado Gustavo Ferraris, titular da Denar.
Ao todo foram apreendidos 420 tabletes de cocaína oura, com peso total de 455 kg, além de um caminhão, dinheiro e aparelhos telefônicos.
Um funcionário de 28 anos, encontrado no local, foi preso. A polícia apurou que a droga seria entregue a traficantes de médio porte na cidade, comumente responsáveis por abastecer pequenas bocas de fumo. A Denar ainda apura se o dono ou outros funcionários estão envolvidos no esquema.