Do total de 79 municípios, 49 cidades não registraram mortes causadas pelo coronavírus na última semana em Mato Grosso do Sul. O Estado tem apresentado bons indicativos na pandemia, o número de casos e mortes começou a cair em julho e a tendência de queda continua em agosto. Um dos principais fatores para o resultado é a vacinação, já que MS tem 67% da população geral vacinada com ao menos uma dose.
O levantamento foi feito pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) entre os dias 10 e 17 de agosto. O dado representa que 62% das cidades do Estado não tiveram mortes em função da doença nos últimos sete dias.
A médica infectologista, Andyane Tetila, explica que o cenário de queda no número de óbitos é resultado do avanço da imunização. “Estamos observando maior mobilidade das pessoas, portanto o único motivo para diminuição dos casos e mortes é a vacinação”, reforçou.
Dados do Vacinômetro apontam que 67,13% da população em geral está vacinada com pelo menos a primeira dose e 38,33% estão completamente imunizados, ou seja, pessoas que tomaram as duas doses ou a vacina de dose única. Se considerarmos somente os adultos, a cobertura vacinal é ainda maior: 88,63% se vacinaram com ao menos uma dose e 51,72% estão com o ciclo vacinal completo.
Com relação aos adolescentes, a cobertura vacinal é de 14,84% entre 12 e 17 anos vacinados com a primeira dose. A imunização dos adolescentes começou no último fim de semana e doses da Pfizer têm sido endereçadas a este público.
Apesar da posição confortável que Mato Grosso do Sul conquistou no último mês, ainda não é hora de relaxar. O Estado ainda não conquistou a chamada imunidade de rebanho. O infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Julio Croda, explica que MS precisa chegar a pelo menos 80% dos adultos totalmente imunizados para considerar afrouxar os cuidados, principalmente considerando o contexto da variante Delta, que é mais transmissível e está presente em estados vizinhos a MS.
Para Croda, a variante Delta é uma ameaça e seria preciso atingir 90% dos adultos completamente imunizados para considerar que atingimos a chamada imunidade coletiva. Enquanto este momento não chega, autoridades de saúde recomendam manter os cuidados de sempre: distanciamento social, evitar aglomerações, utilizar máscaras e fazer a higiene das mãos.