A vacinação para o público com 30 anos ou mais, programada para este domingo (1º), começou tranquila em Campo Grande. Desta vez, apenas seis locais se tornaram pontos de aplicação das doses. As informações foram relatadas por campo-grandenses que compareceram às filas na manhã de hoje e que aguardaram pouco tempo para receber a primeira dose do imunizante.
No IMPG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande), Bruno Urbieta, de 30 anos, aguardou somente 10 minutos. "Está super tranquilo, sem fila, e a enfermeira manja demais. Nem doeu", brinca o supervisor de T.I.
Num dos pontos de imunização onde o atendimento é para quem chega a pé, o IMPCG, leitores relataram ao Jornal Midiamax que os sommeliers de vacina - como são conhecidas as pessoas que recusam imunizantes de determinadas marcas - voltaram a “atacar” no local.
De acordo com uma leitora, diversas pessoas chegam ao local e, ao saberem a marca do imunizante, vão embora. A prática é considerada grave pelas autoridades em saúde, já que muitas pessoas podem esperar semanas e até meses para conseguir a vacina que desejam. Nesse tempo, estão sem proteção imunológica. Além disso, todas as vacinas aplicadas são aprovadas pela Anvisa e pela OMS, com comprovação de eficácia.
A superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Veruska Lahdo, já relatou ao Jornal Midiamax que a escolha de vacinas em detrimento de outras é uma equação com resultados nefastos. À reportagem, ela confirmou que o fenômeno é presente e mal visto pelo município, sendo considerado um problema de graves consequências.
Ela destaca que a mudança de comportamento aconteceu após a chegada da vacina produzida pela Pfizer. As pessoas estariam deixando de tomar os imunizantes de outras fabricantes para priorizar as vacinas norte-americanas, com a ideia de que a proteção da Pfizer seria melhor - o que é controverso. Isso, consequentemente, atrapalha no processo de vacinação e expõe ainda mais pessoas ao vírus por escolha própria.
"As pessoas devem procurar a vacina independente de qual seja. Todas elas passaram por testes, etapas de análise pela Anvisa e tem eficácia comprovada. Não existe uma melhor ou pior, o importante é a pessoa buscar esses pontos de vacinação conforme o calendário do público. Deixar de tomar a vacina para escolher uma outra é muito grave", destaca.
Neste contexto, Lahdo deixa claro que, mesmo que num local estejam sendo aplicados mais de uma marca de imunizante, não há possibilidade de escolha. Quem desistir, poderá ficar sem e ter que aguardar a repescagem. Fica o alerta para quem escolhe demais: pode acabar ficando sem.