O empresário Claudomiro Gaiofato, 49, preso ontem (31) durante protesto contra o lockdown de 14 dias decretado em Dourados, disse que o “fecha tudo” determinado pelo prefeito Alan Guedes (PP) vai agravar a crise econômica do município. “Teremos de escolher entre o vírus e a fome”, afirmou ele.
Conhecido em Dourados como Gláudio Gaiofato, o comerciante é presidente da Acomac (Associação dos Comerciantes Materiais para Construção) e ligado à política.
Gaiofato foi assessor da ex-prefeita Délia Razuk (2017-2020) e disputou eleição de vereador no ano passado, mas não conseguiu se eleger. Ele também aparece entre os assessores nomeados no gabinete do deputado estadual Neno Razuk (PT).
Na manhã de ontem, primeiro dia útil do lockdown decretado devido ao agravamento da pandemia de covid-19, Gaiofato foi um dos empresários que participaram de carreata e depois de protesto na prefeitura, contra o bloqueio das atividades econômicas.
“A gente só estava reivindicando o delivery para alguns setores. Várias pessoas estavam presentes e fizeram o uso da palavra. Eu simplesmente reivindiquei ao prefeito [Alan Guedes] que nos ouvisse, mas não fomos ouvidos”, afirmou Gaiofato ao Campo Grande News.
Segundo ele, sua prisão ocorreu por determinação da promotora de Justiça Rosalina Cruz Cavagnolli após a comandante da Guarda Municipal, Liliane Graziele Nascimento, o apontar como um dos líderes do protesto. Gaiofato rebate a afirmação, diz que não liderou o protesto e apenas falou em nome das lojas de materiais de construção.
Ele alega ter falado também em defesa dos trabalhadores do setor, cuja maioria ganha comissão das vendas, e de operários da construção civil que trabalham como diaristas. “Temos medo sim dessa doença, todos nós já perdemos entes queridos, amigos, conhecidos, mas se não trabalharmos, vai vir a fome. Aí vamos ficar entre coronavírus e fome”.