UPA é uma das unidades de saúde administradas pela Funsaud - Crédito: Hedio Fazan/Dourados News/Arquivo
A endividada Funsaud (Fundação dos Serviços de Saúde de Dourados), criada em 2014 para administrar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 Horas, o Hospital da Vida e a Central de Abastecimento Farmacêutico, acumula R$ 714 mil de dívidas somente em contas de energia elétrica não pagas desde março do ano passado.
Essa informação foi comunicada à Câmara de Vereadores no início da semana pela Energisa, que pede ajuda dos parlamentares douradenses e alerta que a recorrente inadimplência das faturas de consumo das unidades consumidoras sob responsabilidade da Fundação pode acarretar suspensão do fornecimento.
De acordo com a concessionária, é necessário que sejam adotadas as providências cabíveis “de modo a evitar que os cidadãos de Dourados e região possam ser prejudicados com a eventual cessação da prestação dos serviços pela entidade, que possam estar associados à suspensão do fornecimento da energia elétrica”.
Essa possibilidade é ventilada “em decorrência de inadimplemento que vem ocorrendo desde o mês de março de 2020, totalizando a inadimplência de R$ 635.841,17”.
Ao informar ter concedido reiteradas oportunidades de renegociação da dívida, com flexibilização e isenção de penalidades, a Energia revela não ter obtido sucesso.
Além disso, alerta que o atraso no pagamento acarreta cobrança de multa de 2%, atualização monetária, com base na variação do IGM-M e juros de mora de 1% ao mês, calculados pro rata die, ou seja, proporcional do dia.
Com base nisso, além dos R$ 635.841,17 em faturas vencidas, a Funsaud ainda incide em R$ 78.264,48 de muros, juros e correção, o que eleva a dívida total com energia elétrica a R$ 714.105,65.
Por fim, no ofício endereçado à Câmara de Vereadores, o coordenador de grandes clientes e de poder público da Energisa, Dian Cleiton de Brito, requer que “sejam tomadas as providências cabíveis a fim de amparar a regularização dos serviços com a Concessionária, e principalmente, coibir que valores despendidos pela cobrança das penalidades por pagamento em atraso acarretar perda significativa de valores que poderiam ser revertidos em melhorias ao próprio hospital, por consequência a população douradense”.
O outro lado
Procurada pelo Dourados News na manhã deste sábado (13/2), a assessoria de imprensa da prefeitura de Dourados informou que o novo diretor da Funsaud, Milton Júnior, confirmou a dívida com a concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica dos sul-mato-grossenses, porém, não consegue confirmar o valor exato nesse momento.
De acordo com a administração municipal, além das contas em atraso, um parcelamento que já havia sido negociado no passado, deixou de ser pago pela outra gestão.
Em nota, a assessoria disse ainda que novos recursos estão sendo negociados e quando entrarem no caixa, a Funsaud também procurará a empresa de energia para fazer uma negociação.
No final de janeiro, matéria institucional divulgada pela Prefeitura de Dourados credita ao diretor-presidente da Funsaud, Milton Batista Pedreira Junior, informação de que as dívidas da autarquia superam R$ 70 milhões, fruto de déficit mensal de R$ 2,5 milhões. Esse montante inclui as contas não pagas de energia elétrica.
