Grupo de aproximadamente 300 pessoas demitidas nos últimos meses da Usina São Fernando, participam na manhã desta sexta-feira (28) de uma audiência na sede de um sindicato às margens da BR-463, próximo ao Trevo da Bandeira, em Dourados.
De acordo com uma das pessoas envolvidas na situação e que preferiu não se identificar, os responsáveis pela empresa farão uma proposta aos trabalhadores ‘do jeito deles’.
Policiais foram deslocados até a região para garantir a segurança e a ordem.
A Usina São Fernando passa por grande crise financeira. Seu maior controlador, José Carlos Bumlai, está preso acusado por envolvimento de esquemas de corrupção dentro da Operação Lava-Jato.
Nesta sexta-feira (28) o jornal Valor Econômico trouxe a informação de que a gestora americana de fundos Amerra estaria negociando com os principais credores da Usina a aquisição do complexo instalado em Dourados.
Meio bilhão
Na semana passada o jornal O Estado de São Paulo informou que o MPF (Ministério Público Federal), no Distrito Federal investiga em conjunto com a força-tarefa da Operação Lava Jato, se o pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai foi beneficiado em empréstimos concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), entre 2008 e 2012.
As ações seriam para favorecer o Grupo São Fernando, que teria recebido mais de R$ 500 milhões em três operações com o banco nos governos Lula e Dilma Rousseff.
A principal frente de investigação concentra-se na concessão de R$ 101,5 milhões em 2012. O valor foi contratado em nome da São Fernando Energia 1 – unidade do grupo que geraria energia com o bagaço da cana-de-açúcar –, no plano de reestruturação financeira do Grupo São Fernando.
A operação foi feita de forma indireta, via bancos BTG Pactual e Banco do Brasil, que assumiram os riscos como agentes financeiros do repasse.