Pautada na diversificação, com fomento e incentivos a expansão da área plantada, aumento da produtividade e transformação da matéria prima em produtos acabados, a atual política para o desenvolvimento da agroindústria em Mato Grosso do Sul traduz o compromisso do Governo do Estado com o campo, uma das bases de sustentação da economia estadual.
Também produtor rural, o governador Reinaldo Azambuja aposta no agronegócio para superar a crise. Para o Governo do Estado, a agricultura e a pecuária são os pilares da economia, mas para que esses setores cresçam, é necessário desenvolver uma forte política de incentivos para fortalecimento de todos os setores que integram a cadeia, passando pela indústria até o mercado consumidor.
Com um conjunto de ações, dentre as quais a redução de tributos, garantia de créditos via FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) e a pavimentação e manutenção de rodovias para eliminar gargalos como o escoamento, o Estado sedimenta um novo cenário para os setores de produção primária e de beneficiamento. Para Azambuja, a construção de uma forte agroindústria depende de medidas seguras e estáveis e de competitividade.
"Quando dissemos lá atrás, há um ano, que Mato Grosso do Sul não se abalaria com a crise do País por causa do agronegócio, reafirmamos não só a confiança e pujança no setor, mas no comprometimento do nosso governo com a transformação do campo, que alavanca este País e tem resultados positivos na balança comercial", declarou o governador.
Atuando em várias frentes, o governo estadual busca a atração de novos empreendimentos para ampliar a base produtiva e incorporar bolsões vazios e, recentemente, lançou quatro ações desenvolvidas em parceria com o sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS): regulamentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) Pantanal e os programas para recuperação de pastagens degradadas, apoio e fortalecimento da avicultura e suinocultura e estratégias de irrigação.
Segundo o secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica (Segov), Eduardo Riedel, nas ações do governo estadual um dos focos principais é a melhoria de produtividade por área. "Mas o Estado criou políticas para atrair indústrias ligadas ao setor do agronegócio, uma medida que fortalece toda a cadeia produtiva", avaliou.
Incentivos
O Terra Boa tem como meta incorporar dois milhões de hectares de terras degradadas na produção integrada lavoura-pecuária-floresta e renovação de pasto, com o Estado assegurando apoio técnico, financiamento, infraestrutura e logística e incentivos fiscais da ordem de R$ 250 milhões. Ao longo de cinco anos de execução do programa, serão aportados recursos de R$ 12,46 milhões, com previsão de investimentos somente este ano de R$ 3,5 milhões.
O governo também criou incentivos para a avicultura, destinados a capitalização aos produtores e a novas indústrias, com facilidades no FCO e ainda energia mais barata. O Estado garantiu a atração de importantes investimentos integrados, em 2015, com o JBS, Frango Bello e BR Foods. Para o presidente da Associação de Avicultores de MS (Avimasul), Adroaldo Hoffman, a presença do governo dará um fôlego ao setor e elevará a eficiência de produção.
A redução expressiva de ICMS da eletricidade também beneficiou a agricultura irrigada, fortalecendo um setor ainda pouco tradicional no Estado. A maior parte da produção é de arroz, por inundação. O benefício incentivará com o uso de tecnologias os novos polos que começam a se consolidar na região de Naviraí e Nova Andradina. "Com as medidas, queremos incentivar os produtores e ampliar o uso deste sistema produtivo", afirmou Azambuja.
O Governo do Estado firmou um grande pacto com as federações representativas dos setores produtivos (Fiems, Faems, Fecomércio e Famasul) e o Banco do Brasil para garantir a utilização integral de R$ 1,5 bilhão que Mato Grosso do Sul tem à disposição para o financiamento de novos empreendimentos rurais e empresariais por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). Ficou definido que o setor rural terá um aporte maior, de R$ 975 milhões
"Temos um painel de investimentos no setor da agroindústria de R$ 36 bilhões, previstos para serem implementados até 2018. Sem contar a expansão da produção agrícola e pecuária, trazidos para o PIB do setor, que é R$ 15 bilhões, a agroindústria pode fazer com que ele cresça em torno de 25%. O PIB do Estado, de R$ 78 bilhões, deve crescer 13%", estima Jaime Verruck, secretário estadual de Desenvolvimento e Meio Ambiente.