Detentas aprendem a fazer origami na penitenciária - Foto: Divulgação/Agepen
Presas que estão no Estabelecimento Penal Feminino de Campo Grande passaram a realizar dobraduras de papel com técnica japonesa para enviar mensagens de esperança a doentes.
O projeto envolve 23 detentas e é chamado de 1000 Tsurus por 1 desejo. O Tsuru é uma ave sagrada do Japão e símbolo de saúde, boa sorte, felicidade, longevidade, paz e fortuna.
A intenção é que as mulheres que realizaram o curso hoje repassem os ensinamentos para outras reeducandas. A intenção é que pelo menos 1 mil peças sejam montadas e enviadas para Hiroshima, no Japão, e para crianças que fazem tratamento em hospitais de Mato Grosso do Sul.
A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) fechou parceria com Lígia Oizumi, que foi quem organizou a ação. Houve também autorização de Mari Jane Boleti Carrilho, diretoria do Presídio Irmã Irma Zorzi.
"Que elas coloquem os sentimentos mais belos e a esperança de uma vida melhor para elas e suas famílias", opinou Lígia. "Não teve resistências das internas, todas toparam fazer e conseguiram fazer um pequeno e um grande, pois trouxemos dois tamanhos de papel", comentou a organizadora da ação.
Quem aprendeu a técnica, disse que é algo que ajuda a dar mais esperança para o futuro. "Me ajuda a ter mais força de vontade, que eu ainda tenho uma vida lá fora, me ajuda a ter mais paciência e afeto pelas pessoas", comentou Juliana Aquino Pereira da Silva, de 26 anos.
A reeducanda Juliana Aquino Pereira da Silva, 26 anos, foi uma das participantes e garantiu que fazer a dobradura proporciona uma paz de espírito. “Penso que um passarinho não tem nada de ruim, transmite coisas boas, e pra mim está significando paz, amor e esperança. Me ajuda a ter mais força de vontade, que eu ainda tenho uma vida lá fora, me ajuda a ter mais paciência e afeto pelas pessoas”, disse.
“É muito bom sabermos que estamos levando um momento de alegria para outras pessoas, e isso já é uma grande conquista”, comentou Vanessa da Silva, 27 anos.
A agente penitenciária Michele Aparecida Fruhauf ficou na organização do projeto, que vai acontecer até final de setembro. As peças serão entregues no Dia das Crianças em alas pediátricas de hospitais.
