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QUINTA-FEIRA, 25 DE ABRIL DE 2024
31 de AGOSTO de 2016

Ficar sentado por mais de três horas põe a vida em risco

Passar muitas horas sentado - algo praticamente inevitável para quem trabalha em frente ao computador, ou seja, quase todos nós atualmente - pode ter consequências muito mais graves do que uma simples dor nas costas.

Ao longo desta década, estudos publicados no mundo todo sobre o assunto apontam que ficar muito tempo na cadeira é um hábito que tem impacto sobre nossa expectativa de vida. O tema tem mobilizado a comunidade médica e científica internacional, e os resultados são tão alarmantes que a cadeira vem sendo chamada de "o novo cigarro".

Com repercussão global, uma pesquisa brasileira feita pela USP em parceria com a Universidade de Pelotas (UFPEL), e publicada no American Journal of Preventive Medicine, referência mundial na área, traz novos números sobre os riscos envolvidos: até 4% das mortes no mundo poderiam ser evitadas se reduzíssemos em apenas três horas o tempo total que ficamos sentados diariamente - um número inviável para a maioria das pessoas que trabalha oito horas por dia num escritório.

A recomendação vale até para os atletas, pois não importa a frequência com que vamos à academia. Se fizermos exercício durante 45 minutos, mas passarmos as horas seguintes na cadeira, faremos parte do grupo de pessoas que possuem um estilo de vida sedentário.

"Ficar sentado em excesso é prejudicial até para os fisicamente ativos porque o tempo de exercício, independentemente da intensidade, não reverte os danos causados", afirma Leandro Rezende, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP e um dos autores da pesquisa.

Isso porque as posições sentada ou deitada modificam a forma como o sangue circula pelo corpo e diminuem o consumo de oxigênio pelas células. "O excesso de tempo em repouso reduz a variedade da frequência cardíaca", explica o cardiologista João Lucas O’Conell, professor da Universidade Federal de Uberlândia.

A partir da análise de artigos de revistas científicas de 54 países, datados de 2002 a 2011, o estudo brasileiro aponta que passar entre 4 e 7 horas por dia sentado aumenta o risco de morte em 2% para cada hora na posição.

A partir de 8 horas, o índice salta para 13%. Apesar de a média mundial atual estar na faixa de 5 horas, segundo os dados recolhidos pela USP, sabe-se que o número é maior nas grandes metrópoles. Uma pesquisa encomendada pelo departamento de Saúde Pública do Reino Unido diz que entre os britânicos esse valor sobe para aproximadamente 9 horas.

Em outros estudos recentes, o sedentarismo foi relacionado ao aumento da produção de radicais livres, à redução da densidade mineral óssea - que eleva o risco de osteoporose - e às dores crônicas que, por sua vez, agravam ainda mais o quadro de quem fica muito tempo sentado.

"O hábito já é um problema de saúde pública. Ficamos sentados no trabalho, durante as horas paradas no trânsito dentro do carro e em casa, nos movendo apenas de um assento para o outro. E, nos momentos de lazer, vamos ao teatro, cinema ou restaurante e ficamos, mais uma vez, sentados", enumera a nutróloga carioca Anna Virgínia Pinto, especialista em envelhecimento saudável.

Quando incorporadas ao longo do dia, atividades leves (entre elas apenas permanecer de pé) auxiliam na redução da insulina, dos triglicérides, da fração do colesterol não-HDL (soma de todos os colesteróis ruins) e da apolipoproteína B (responsável pelo transporte de colesterol para os tecidos).

Além disso, a tecnologia tem trabalhado a nosso favor para prevenir danos futuros. Já adotadas por empresas como Google e Facebook, inclusive em seus escritórios no Brasil, as standing desks, mesas em que se pode trabalhar de pé, estão à venda nos Estados Unidos com preços que variam entre US$ 240 e US$ 1.000 e permitem a regulagem da altura da mesa, deixando com que se trabalhe também em pé.

E há ainda os benefícios à silhueta. O corpo ereto queima cerca de 20% a mais de calorias, elimina os vícios de má postura e favorece o equilíbrio. "A posição permite que o corpo se ajuste e se mova facilmente, flexionando os músculos de forma contínua", afirma Allan Josefh, fisioterapeuta osteopata e esportivo de São Paulo.

Soluções corriqueiras podem ajudar - e muito -, como ir e voltar a pé do trabalho; subir escadas de hora em hora dentro do próprio escritório para ativar a circulação das pernas; almoçar fora do ambiente de trabalho para ter mais uma caminhada fixa durante o dia; fazer exercícios para as panturrilhas (que ajudam na circulação dos membros inferiores); não usar roupas apertadas e, principalmente, que não prendam a cintura.

"A verdade é que qualquer tempo a menos sentado já é um ganho", afirma Thiago Hérick de Sá, doutor em saúde pública e um dos autores da pesquisa brasileira. Nela, observou-se também que mesmo reduções modestas, tais como 10% na média diária na cadeira, podem ter um impacto instantâneo na expectativa de vida. Ou seja, ficar mais tempo de pé significa anos a mais de vida. Levante-se já e mãos à obra.



Fonte: Vogue



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