Ainda restam alguns dias de inverno pela frente, e é justamente quando o tempo está mais frio, com baixa umidade do ar, mudanças bruscas de temperatura e aumento da poluição que as doenças respiratórias costumam incomodar mais, principalmente os alérgicos. E a melhor maneira de lidar com esse problema é praticando atividades físicas regulares. Correr, pedalar, jogar vôlei, futebol... vale qualquer coisa para se manter em movimento. Mas é inegável que a natação é o esporte mais indicado nesses casos.
Além de trabalhar o corpo como um todo, nadar não tem impacto, melhora o tônus muscular, queima calorias, fortalece o coração e reduz os sintomas dos problemas respiratórios, como rinite, sinusite, bronquite e asma. A asma, por exemplo, atinge aproximadamente 16 milhões de brasileiros. E como o inverno pode provocar queda da imunidade, as pessoas se tornam mais predispostas a desenvolver a doença. Por isso, nadar é uma excelente receita para combater e amenizar os sintomas.
"A natação é uma atividade física que apresenta uma série de benefícios. Desenvolve a coordenação motora, fortalece a musculatura respiratória e ajuda na socialização. Estudos mostram que crianças que nadam regulamente, apresentam melhora importante no quadro de asma, apresentando menores ocorrências de internações hospitalares, assim como redução das crises e redução do absenteísmo escolar", afirmou a médica especializada em alergia e imunologia, Maria Aparecida Luciano da Silva.
A natação alonga toda a musculatura intercostal, abrindo e fechando as costelas, movimentando a caixa torácica através dos movimentos dos braços, e trabalha a musculatura abdominal facilitando a respiração diafragmática. Todos esses movimentos são coordenados com a respiração. O movimento de abrir e fechar das costelas facilita a musculatura inspiratória e expiratória, ou seja, enche os pulmões na inspiração e esvazia na expiração. Além disso, a resistência da água exige que a respiração seja mais forte, e o ambiente aquático mantém as narinas úmidas, eliminando a secura normalmente encontrada na asma e nas alergias durante outras atividades terrestres.
No entanto, a doutora Maria Aparecida ressalta que a água com cloro pode causar irritação da mucosa nasal e/ou ocular e da pele. Mas para quem não tem a oportunidade de trocar as piscinas pelo mar, há algumas soluções para evitar o problema.
"Vale ressaltar que alguns indivíduos não se adaptam à água clorada. O cloro é usado para a desinfecção da água, entretanto observamos a existência de outros meios para a desinfecção da água nas piscinas, como a ionização com cobre e prata, a radiação ultravioleta, o ozônio e a associação de vários métodos, com a aplicação mínima de cloro", explicou.
Então, se você sofre de algum problema respiratório, não deixe que aquela preguiça que fica ainda maior quando está frio te impeça de dar umas braçadas. E especialmente para as crianças, alguns minutos dentro da água podem fazer toda a diferença na vida futura.