A empresa Homex e os donos dos imóveis no empreendimento conseguiram na Justiça a reintegração de posse do local, ocupado por cerca de mil famílias desde janeiro do ano passado. Na decisão, o magistrado pede com urgência que seja renovada a decisão de reintegração de posse, de março do ano passado. De acordo com o documento, o Comandante-Geral da Polícia Militar receberá um ofício para que o efetivo de 50 homens cumpra a medida, ainda sem data definida.
A reintegração de posse foi expedida por um juiz no dia 2 de agosto, mas os moradores receberam o documento nesta quinta-feira (9). Os moradores de terrenos da empresa Homex, localizada na região sul de Campo Grande, se reuniram em frente à Prefeitura nesta sexta-feira (10), à espera do prefeito Marquinhos Trad (PSD) e com expectativa de que possam receber ajuda.
Segundo um dos líderes da comunidade, Silvio José Mezza Martins, de 42 anos, a esperança é de que o prefeito possa intervir. “Ele foi até a nossa comunidade há dois meses para entregar cobertores, conversou conosco e disse que iria ajudar, tentaria negociar a área para nós”, disse.
Em agenda pública na Câmara Municipal de Campo Grande, na manhã desta sexta-feira (10), o prefeito Marquinhos Trad (PSD) afirmou que participou de uma audiência sobre a situação dos moradores e que cogitou comprar o terreno da Homex. Em nota oficial, a Emha (Agência Municipal de Habitação) esclarece que nunca houve promessa por parte da Agência de reassentamento imediato dessas famílias.
A Emha confirma que o prefeito compareceu à audiência solicitada pela empresa para buscar a desapropriação da área. “Na ocasião, a massa falida da empresa Homex pediu um valor de R$ 33 milhões para desapropriar o local, recurso esse que, se disponível, seria possível construir cerca de 900 moradias e beneficiaria quase 3 mil cidadãos. Houve uma contraproposta de R$ 7 milhões feita pela Prefeitura, que foi recusada pela empresa”, disse em nota.