Os 28 policiais militares presos por integrarem uma organização que facilitava o contrabando de cigarros em MS, viraram réus ontem, terça-feira (19) pelos crimes de organização criminosa, e corrupção e lavagem de dinheiro. Eles foram presos na operação Oiketicus deflagrada na capital e mais 15 cidades do interior no mês passado.
De acordo com investigação do Gaeco de da Corregedoria da PM, eles recebiam propina de 30 até 100 mil reais para não fiscalizar a passagem dos carregamentos de cigarros no estado. Duas rotas eram usadas pelos bandidos: o primeiro núcleo cortava as cidades de Bela Vista, Jardim, Guia Lopes da Laguna e Bonito. O segundo tinha como itinerários Maracaju, Dourados, Naviraí, Mundo Novo, Iguatemi, Japorã e Eldorado.
Três comandantes de batalhões são apontados pelos promotores como chefes da quadrilha de de policiais: Os tenentes-coronéis Admilson Cristaldo Barbosa, responsável por Jardim, Luciao Espíndola, de Bonito, e o major Oscar Leite Ribeiro, que comandou Bela Vista e estava à frente de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, desde março. Eles foram presos e exonerados das funções de chefia. Todos os réus estão presos.
A investigação começou em maio de 2017, mas só um ano depois a Operação Oiketicus foi para as ruas, prendeu policiais e cumpriu busca e apreensão nas casas dos investigados e nos batalhões da PM onde serviam. Com análise de documentos e escutas telefônias, os promotores descobriram que muitos dos investigados não possuem padrão de vida compatível com os rendimentos.