Juiz da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete Almeida, decidiu, em despacho de amanha que os flambadores encontrados na caminhonete do empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, assassinado pelo policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon no ano passado, foram “provas plantadas” e não estavam no veículo da ocasião da realização da perícia.
De acordo com o juiz, provas produzidas no processo demonstraram que os objetos não estavam na caminhonete Hilux no momento do crime.
"Quanto à colocação criminosa desses flambadores no interior do veículo Toyota Hilux, quando se encontrava perito para a realização de perícia, constitui fato gravissímo, mas que constitui delito autonômo e está sendo apurado e inquérito policial distinto”, escreveu o magistrado em sua decisão.
Ainda segundo Almeida, a Corregedoria Geral de Polícia Civil também apura se há participação de servidores da Coordenadoria Geral de Perícias no caso.
Ministério Público Estadual (MPE) requereu o prosseguimento do processo de homicídio, tendo em vista que a divergência entre a defesa e a perita é “fato alheio ao crime objeto da ação”.
Juiz entendeu que o pedido do MPE é procedente, já que qualquer controvérsia sobre os flambadores é alheio ao crime objeto da ação e, desta forma, determinou que o processo deve retomar o seu curso natural, com decisão do magistrado em data próxima sobre se o PRF será levado a júri ou não.
Sobre pedido feito pelo assistente de acusação, de devolução da caminhonete, juiz negou alegando que o utilitário deve ser mantido como está para, caso seja preciso, estar apto a qualquer tipo de perícia suplementar.
O CRIME
O empresário Adriano Correia foi morto por Ricardo Hyun Su Moon após briga de trânsito na manhã do dia 31 de dezembro.
A vítima sofreu duas perfurações no tórax, uma na costela e outra no braço direito. O crime aconteceu enquanto vítima e dois amigos retornavam de uma casa noturna onde foram comemorar aniversário.
Informações da Polícia Civil apontam que Ricardo Moon teria disparado pelo menos sete vezes. O caso ocorreu na Avenida Presidente Ernesto Geisel, entre a Rua 26 de Agosto e a Avenida Fernando Corrêa da Costa, quase em frente à Capela da Pax Mundial.
Adriano era proprietário do Madalena Restaurante e de uma unidade do Sushi Express. De acordo com testemunhas, por volta das 5h50, ele e os acompanhantes seguiam em uma caminhonete Toyota Hilux pela Ernesto Geisel, quando perto do cruzamento com a Avenida Afonso Pena supostamente teriam fechado a Mitsubishi Pajero ocupada pelo PRF. Este, por sua vez, estaria indo para o trabalho e não gostou da situação. Por isso, perseguiu Adriano.
O PRF alega legítima defesa para ter atirado em Adriano.